SZ: Volume 2 Capítulo 11

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Núcleo da Alma


 


Uma visão surreal começa a tomar forma bem diante de seus olhos. A partir do portão havia uma estrada totalmente feita de ouro, era o mais puro ouro. Logo a frente havia uma ponte em forma de meia lua onde passava um pequeno riacho que cruzava com a rua. Ao se aproximar do riacho, Zorg não crê em seus olhos, era uma visão que nem ele sabia como conciliar, o riacho de alguma forma era feito de cristal e era sólido e líquido ao mesmo tempo, enquanto o rio fluía, as mais variadas formas hexagonais eram formadas na correnteza formando uma cena de encher os olhos, ele pensou em beber do riacho imaginando que gosto teria essa água de cristal, mas por fim desistiu.


Depois de contemplar o riacho por um tempo, zorg começa a olhar ao seu redor e mais uma vez fica sem palavras. Árvores que cortavam o céu com uma densa folhagem amarela do comprimento de seu braço, acompanhavam toda a estrada em uma visão simplesmente deslumbrante.


Seguindo mais adiante, Zorg se depara com um outro portão, dessa vez de tamanho convencional medindo três metros de largura e seis de altura. Mas o que lhe prendia a atenção era o fato de que o símbolo que estava impresso neste portão, era o mesmo que apareceu no portão anterior, o símbolo da Esfera do Vazio.


— Este símbolo de novo, que símbolo será esse? Acho melhor eu memoriza-lo. — Pensou Zorg



Após memorizar o símbolo quase que instantaneamente, Zorg abre o portão se preparando para seguir em frente, mas mais uma vez ele fica sem palavras. Ao abrir o segundo portão, um castelo colossal cor de ferrugem, feito de um material desconhecido e extremamente bem polido, aparece bem diante de seus olhos, e como se tudo o que ele estivesse vendo não fosse estranho o bastante, o castelo flutuava em um vazio absoluto, o céu e a terra não existiam, oriente e ocidente não podiam ser identificados, era um ambiente sem início, mas também sem fim.


— Onde eu fui me meter… — Disse Zorg em um estado catatônico¹.


Após ficar imóvel por algum tempo observando o castelo, Zorg decide pensar em alguma forma de chegar até ele. Sua primeira curiosidade era testar a profundidade daquele local e ver se realmente aquele lugar era sem fim. Então, ele decide voltar até a estrada para pegar uma pedra de ouro, ao voltar para o portão, ele se posiciona cuidadosamente em sua borda, Zorg então joga a pedra para baixo, e para sua surpresa ela quica por várias vezes até parar a alguns metros a sua frente.


— Não…. Brinca. — Disse Zorg surpreso.


Zorg caminhou até a pedra, a pegou e a jogou novamente em direção ao castelo, e como da primeira vez, ela quicou até parar a alguns metros a sua frente.


— Beleza! Acho que vai dar certo.


Ao jogar a pedra pela terceira vez se preparando para andar em sua direção, seu coração quase para de bater, sua respiração fica pesada e Zorg puxa tanto ar quanto pode. Diferente das outras vezes, a pedra caiu no vazio sem fim e nem o mínimo barulho pôde ouvido não importava quanto tempo passasse, ela simplesmente sumiu no vazio.


— MEU DEUS! MEU DEUS! MEU DEUS! — Gritou Zorg enquanto corria de volta para o portão, tão branco quanto papel.


— Uffa… Essa foi por pouco, acho que vou precisar de mais pedras, deve ter curvas pelo caminho. — Disse Zorg consigo mesmo.


Após colocar duzentas pedras de ouro em seu anel de fissura branco, Zorg retoma sua tentativa de chegar até o castelo. Após algumas tentativas e várias pedras perdidas, Zorg finalmente chega até os portões do castelo.


— Finalmente. Espero que tenha alguma coisa boa aqui dentro, ou pelo menos algo que não me mate. — Pensou Zorg.


Ao abrir o portão de acesso do castelo, finalmente uma visão um pouco mais “familiar” aparece diante de si. Zorg estava a diante do Hall Principal do castelo. Era um lugar amplo, com cinco pilastras de cada lado, cada pilastra média cem metros de altura e a distância de uma para a outra era de cinquenta metros.


As pilastras formavam um caminho até uma pequena elevação de sete degraus que levavam ao trono, eram dois tronos na verdade. Um trono grande no centro e outro com um terço do tamanho posicionado do lado direito do trono maior. A medida de todo o salão contando do portão até o trono, era de trezentos e cinquenta metros.


Pouco a frente dos tronos, haviam sete pedestais com um metro e vinte de altura cada, colocados de uma ponta a outra formando um semicírculo a frente dos tronos. Cada pedestal emitia uma aura diferente, e apesar de estarem vazios, cada um possuía um nome que flutuava a quarenta centímetros de distância do topo de cada pedestal.


Acima do pedestal do centro pairava o nome Fogo Primordial na cor Vermelha.


Da esquerda para direita a partir do centro, haviam os seguintes nomes sobre os pedestais:


Em azul ciano: Água Primordial, em marrom: Terra Primordial e em verde jade: Vento Primordial.


Da direita para a esquerda a partir do centro, haviam os seguintes nomes sobre os pedestais:


Em azul azure: Trovão Primordial, em roxo: Escuridão Primordial e em branco: Luz Primordial.


— O que será que significa tudo isso? E porque “Primordial”?


Zorg segue até os tronos.


— Vazio…. Absoluto. O que diabos significa isso? — Disse Zorg enquanto lia uma escrita que pairava a um metro e vinte centímetros de altura do trono que havia passado despercebido.


— Que lugar estranho, o castelo é enorme, mas não vejo uma porta sequer que conduza a outro lugar. — Pensou Zorg.


— Existe algum Sênior neste castelo? É meio difícil de explicar, mas eu realmente não sei como eu vim parar aqui. — Gritou Zorg com todo o seu fôlego, na tentativa de chamar a atenção de alguém.


Após algum tempo de silêncio.


— Bem como eu pensei, estou sozinho, por isso que eu não conseguia sentir presença alguma aqui. Não sei se isso é bom ou ruim pra falar a verdade. — Pensou Zorgnatron.


— Bom, já que estou sozinho, acho que não terá problemas se eu me assentar neste trono enquanto eu penso em como sair deste lugar maluco. — Disse Zorg em voz alta.


— Eu sempre quis me sentar em um trono hehe. — Pensou Zorg enquanto se sentava.


Assim que Zorg se sentou, todo o castelo começou a tremer fortemente enquanto alguma poderosa energia deixava Zorg imóvel e preso ao trono, uma misteriosa aura começou a emanar do trono entrando dentro do corpo de Zorgnatron, quanto mais desta aura penetrava seu corpo, maior era a sensação de calor na região de trás de seu coração, era como se todo o seu Shakti estivesse pegando fogo. Seu coração tremia violentamente, dando a ele uma estranha sensação, era como se seu coração estivesse prestes a sair de seu corpo a qualquer momento…


Em algum lugar fora do universo


— Muhuhuhahahaha… HAHAHAHAHA! — Uma grossa e rouca voz ria histericamente.


— Finalmente depois de tanto tempo, eu pude senti-lo… O poder do vazio… — Disse perdido em suas lembranças.


— ASGALOR!


Bem no meio da sala, uma sombra negra começa a se materializar tomando a forma de um homem.


— Sim mestre. — Respondeu Asgalor.


— Diga a todos imediatamente que o poder que procuramos a milênios acaba de ser reativado.


— Claro mestre, sangue não será poupado. Vossa alteza, onde deveremos ir?


— O poder ainda está incompleto, e eu pude senti-lo apenas por uma fração de segundo. Não pude vê-lo com precisão, mas foi o suficiente para saber que ele está em algum lugar na Sétima Dimensão.


— Quero que reúna seus soldados e partam imediatamente para lá. Quero que vasculhem cada planeta. Matem cada criatura, homem, mulher, idosos, crianças ou bebês. Não me importo, e se ainda assim não encontrar nada, destruam o planeta e procurem no próximo. Façam isso até encontrar a Esfera. — Disse a misteriosa e rouca voz.


— Esta é a nossa melhor pista desde que aquele desgraçado do Abraziel da Décima Segunda Dimensão sumiu com a esfera justo quando estávamos tão perto de obtê-la. Se você falhar novamente, eu não vou te matar, isso seria muito pouco. Você será prezo e torturado por toda a eternidade. Estamos entendidos?


— Sim vossa alteza, partirei imediatamente. — Disse Asgalor enquanto tremia.


— Então vá e não poupe esforços em derramar sangue. — Disse a misteriosa voz.


— Morte aos fracos. — Disse Asgalor.


— Morte aos fracos. — Respondeu a voz enquanto voltava a repousar.


De volta a Zorgnatron


…. Quando a energia chegou no seu ápice, Zorg sentiu a região por de trás de seu coração se expandir. Enquanto ela se expandia, todo o exterior do castelo começava a mudar. As estradas de ouro se tornaram mais largas, as árvores dobraram a espessura de seu tronco, galhos e folhas, o pequeno riacho avia se tornado um pequeno rio com águas correntes que fluíam com grande velocidade.


Todo o corpo de Zorg também mudava. Sua pele tornava-se mais resistente e esquentava enquanto secretava todas as impurezas de seu corpo, seu sangue fluía com mais leveza e seus ossos haviam se tornado marfim.


Quando a temperatura de seu corpo começou a diminuir, uma grande quantidade de Shakti começou a fluir de dentro de seu corpo. 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º Nível do Domínio Físico. Zorg havia alcançado um enorme avanço. Ele se sentia revigorado, sua pele lhe dava a sensação de ser mais resistente que o mais duro aço, sua resistência havia aumentado consideravelmente, sua sensação era que ele seria capaz de correr várias centenas de quilômetros sem se cansar.


Tudo se acalmou, e Zorg não estava mais preso ao trono.


— O que acabou de acontecer? — Pensou Zorg


— Espero que você tenha gostado do Núcleo da Alma que eu preparei para você. Eu mesmo criei todo este lugar pouco antes de morrer. — Ressoou uma idosa voz masculina por todo o castelo.


— Sê…. Sê…. Sênior, me desculpe se eu lhe desrespeitei. Eu pensei que este lugar estava vazi… Espera, o senhor disse que está morto?


— Sim, estou. Algum problema? — Ressoou a idosa voz masculina enquanto uma fumaça acinzentada aparecia diante de Zorg.


— Nã… Não, problema nenhum. O senhor pode morrer à vontade. — Disse Zorg totalmente nervoso enquanto todo seu corpo arrepiava e um calafrio cortante descia de sua nuca até o fim de sua espinha.


— Merda! O que foi que eu falei! — Pensou Zorg. Sua cabeça estava a mil, ele quase não sabia o que pensar e muito menos o que falar.


— Digo…. Que lugar é este Sênior. — Disse Zorg. — Tomara que ele não tenha se ofendido com o que eu disse. Cacete, ele tá morto! Eu realmente morri!? — Pensou Zorg, ele estava perdido em um turbilhão de pensamentos.


— Eu não disse antes? Este lugar é o seu Núcleo da Alma. Claro, ele foi melhorado por mim, seu Núcleo está tão aprimorado quanto o meu era antes de morrer. — Disse o Ancião de forma convencida.


— Núcleo da Alma? O senhor quer dizer que estamos dentro da minha alma, é isso? — Perguntou Zorg enquanto voltava a se assentar no trono sem perceber.


— Quase isso. Garoto, não venha me dizer que você nunca ouviu falar sobre o Núcleo da Alma? O ponto central onde se acumula todo o Shakti e também é responsável pelas habilidades de qualquer pessoa desde o dia de seu nascimento? — Disse o velho de uma forma um pouco ríspida.


— Não senhor, essa é a primeira vez na vida que eu ouço falar sobre isso. — Disse Zorg. — Como assim desde o dia do nascimento? — Pensou Zorg.


— Aaahhh. — Suspiro. — Depois de tantos anos de sacrifícios, pelo visto seu mundo ainda não foi capaz de evoluir como eu queria. — Disse o Ancião de Forma pesarosa. — Estranho…. Porque eu tenho a sensação de que isto já aconteceu antes? — Pensou o ancião enquanto encarava Zorg reparando-o da cabeça aos pés.


— Garoto, onde estão o Ovo, a Esfera do Vazio Absoluto e a Esfera do Trovão Primordial que eu deixei para você? — Perguntou o ancião


— Deixou para mim? Vazio Absoluto? — Pensou Zorg em voz alta enquanto enrugava a testa.


— Isso definitivamente já aconteceu antes, eu me lembro dele me dando a mesma resposta. Mas porque eu tenho a sensação de que este garoto da última vez deveria estar pelo menos uns quarenta anos mais velho? — Pensou o Ancião.


— A menos que…. Não. Ela não tem poder para fazer isso sozinha….


— A não ser… Garoto fique quieto, irei ler a sua mente. — Disse o velho com uma voz tensa enquanto se aproximava de Zorgnatron.


Em uma fração de segundos, toda a sua história de vida estava na mente do ancião.


— Hummmm… — O velho pensou profundamente por alguns minutos.


— Quem diria que tanto tempo teria se passado. — Disse o ancião. — Demorou muito mais tempo do que eu pensava para eles começarem a quebrar os selos. Heh, acho que tiveram uma grande baixa. — Pensou o ancião.


— Deixando isso de lado, o fato de ela o estar ajudando significa que alguma coisa deu errado. E pior ainda, significa que eles já sabem quem ele é. Ainda bem que para eles eu já estou morto mesmo. — Pensou o Ancião.


— Ouça bem o que eu vou te dizer agora garoto, pois meus planos mudaram e assim que eu terminar, partirei para um plano superior.


1 => “Catatônico” se refere a “Catatônia” que é uma perda da realidade momentânea, onde a pessoa parece ter se desligado do mundo real e fica parado com olhar distante e sem notar o que ocorre ao seu redor.


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